quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
SOBRE SOLIDÕES
Certa vez ouvi do Paulo Autran
em uma entrevista que dava a algum repórter curioso
que a solidão não é opção,
é, antes,
condição de vida.
Que somos sozinhos, não estamos
(agora, ou depois, ou em outros tempos).
Consigo ver isto.
É uma visão parecida com a saudade.
Tenho-me só em grandes companhias.
E às vezes acordo em silêncios de conversas e vejo, no olho do outro,
um caminho solitário
(e no meu, e no meu).
Tenho-me cansada de respostas prontas
e de perguntas que insistem em assustar, intercalando o futuro com o concreto puro, algo que não sei se há como associar.
Tenho a impressão, às vezes,
que o tempo que estou só é o mais tranqüilo dos tempos
Porque não há respostas
nem nada que não seja a parceria doce do agora.
Há apenas o café, a folha em branco, a vontade transformada sempre em vida
(como quando assistimos programas idiotas na TV sem medo de sermos descobertos por alguém que passa, e aponta, e ri).
As risadas alheias, estas me cansam - porque fazem de mim aquilo que não quero.
Sozinha posso não responder perguntas
E elas permanecem lá, a vagar,
porque mais importante que as respostas
são as perguntas.
Sozinha posso sentir solidão em paz.
Porque todos sentem, em algum momento
olham suas mãos nuas, por dentro e por fora cruas,
e vêem em si esta condição temida: sou só, só.
A solidão é um susto da vida.
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2 comentários:
é tão bom te ler
dá vontade de cair na estrada
tomar banho de céu
correr pelada
e ser só
eu
ah, sim, vim aqui pq senti saudade
esses dias teno sentido muita saudade
saudade de tanta gente e tanta coisa
se duvidar, saudade ate do que eu não conheço...
aiai
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